Indicando Filmes - Analisando os Fatos

Hoje vamos falar um pouco de história e de evolução, essas duas séries são baseadas em fatos reais e trás muitas vertentes importantíssimas sobre racismo, desigualdade social, visibilidade feminina e diversas outras indiferenças que poderiam ser citadas, mas o que faz com que esses filmes sejam completamente parecidos é apenas um ponto, a utilização de atores negros para mostrar que todos esses fatores só ocorrem por que são negros e nada mais.

Escritores da Liberdade: O filme baseado é em uma história real, foi lançado em 2007, trás a história de uma professora que leciona em uma escola pública de periferia, no caso ela ensina uma turma que é composta por sua maioria de alunos negros, onde para eles estudar e se esforçar não é conveniente e não se importam com o próprio futuro, muito desses jovens estão envolvidos na marginalidade e no crime, muitas das jovens já são mães e estamos falando de escola provavelmente elas teriam em média 16 e 17 anos de idade.

A professora por sua vez sofre para que esses alunos a reconheçam e a deixem fazer parte de seu cotidiano, até que Erin Gruwell interpretada por (Hilary Swank) resolve lhes dar uma tarefa, escrever um diário, mas não seria apenas ressaltando sobre seu cotidiano ou que lancharam na cantina, ela os convidou a ler o livro de Anne Frank para que de alguma forma pudessem expira-los a leitura e a escrever seus diários baseados em suas próprias histórias, os alunos piram em saber cada detalhe da história de Anne e quando ela menos espera, todos os diários estavam preenchidos em seu armário. Ali ela começa a conhecer e entender a dor de cada um, suas histórias e seus próprios medos.

A professora consegue fazer com que seus alunos se engajem mais nas tarefas, prestem mais atenção nas aulas e compartilhem seus aprendizados com seus colegas, a partir dai a escola perceba a evolução em uma turma que praticamente não tinha mais "solução", pelo menos os educadores achavam. O desfecho dessa história é saber que no próximo ano essa mesma professora ainda estará com eles.

The Help: O filme é baseado no livro de Kathryn Stockett, conta a história de empregadas negras trabalhando em casas de famílias brancas, o filme lançado em 2012 trás algumas vertentes, não é abordado apenas o fato de mulheres negras nos anos 60 trabalharem em casas de mulheres brancas, mas sim a forma que elas eram tratadas por suas patroas. O primeiro ponto que quero ressaltar é a forma que essas mulheres eram submetidas a inúmeros problemas sociais e não podiam se colocar ou nem ao menos falar algo para se defender, Eugenia interpretada por (Emma Stone) uma garota que acaba de voltar da faculdade em Nova York e que está tentando um emprego de escritora em uma editora super famosa, ela precisa ganhar experiência para que assim possa ser contratada, ela tenta um emprego na cidade local, mas em conversa com a diretora surge a ideia de que ela precisa enviar uma história para que ela consiga o emprego.

Eugenia incomodada com as questões sociais resolve escrever fatos contados pelas próprias empregadas para compilar e enviar a diretora como um livro, mas não é tão fácil assim coletar essas informações, Aibileen interpretada por (Viola Davis) é a primeira que resolve contar suas histórias para Eugenia, claro que tudo isso era mantido em segredo para que ninguém soubesse o que estava acontecendo, pois poderia ser tratado como rebelião e pessoas poderiam ser presas ou até mesmo mortas. Eugenia precisa de mais histórias, Minny amiga de Aibileen descobre o que está acontecendo e resolve contar suas histórias para mostrar o quão desigual essas famílias são, a diretora adora os fatos, mas ainda precisa de mais fatos para poder publicar algo, só que as outras empregadas não querem falar nada sobre o que passam. Até que uma morte causada pela força policial faz com que todas essas mulheres resolvam falar e aí surgem histórias hilárias e dramáticas. O livro se finaliza e as vendas rolam pela cidade, aí você vai ter que assistir para saber o que acontece.

Outro grande problema que é abordado na trama é que as mulheres brancas eram totalmente submissas aos homens, onde não tinham voz ativa para se expressar, não trabalhavam, não ajuda com as finanças da casa, seu único objetivo era cuidar dos filhos e gerar mais, a discrepância do poder masculino é notoriamente visível e o machismo é predominante. Essa realidade é o que tentamos mudar desde sempre, conquistamos espaço, mas ainda não é o bastante, pessoas negras morrem todos os dias por apenas estarem andando nas ruas certa hora da noite, mulheres são pré-julgadas em todos os sentidos, trabalho, vida social e estética, os padrões impostos pela sociedade precisam ser desmistificados para que todos tenham o mesmo acesso, tenham a mesma igualdade, essa é uma luta que percorrerá ainda por anos, mas precisamos nos mover para agilizar e mudar o máximo que conseguirmos e conscientizar as próximas gerações em fazer o mesmo e não deixar a história morrer.